Número de relações informais cresce 51 por cento em Curitiba, segundo IBGE

O percentual de uniões consensuais, aquela em que não há a formalização do casamento, subiu  de 28,6% para 36,4% entre 2000 e 2010, no Brasil. Os dados são do Censo 2010, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números registrados em Curitiba seguem essa tendência nacional.

Na capital do estado do Paraná, das 780 mil uniões registradas na última década, 30% não tiveram algum tipo de vínculo civil ou religioso. Foi registrado, ainda, um crescimento de 51% neste tipo de relação informal, que representava a opção de 155 mil curitibanos no Censo realizado em 2000 para 235 mil em 2010.

Para Sheila Rigler, especialista em relacionamentos, essa propensão acontece pelo fato de que, nos dias de hoje, duas pessoas morarem juntas sem oficializar a relação não é mais considerado imoral. “Antigamente, quando o casal ia morar junto, tinha que se casar com tudo o que tinha direito. Morar junto não era bem visto na sociedade. Hoje não é mais marginalizado”.

A especialista explica que, na Europa, já é comum as pessoas priorizarem a união consensual ao invés do casamento.  “Lá, os casais vivem dois ou três anos juntos antes de casar, como experiência. No Brasil, isso vem acontecendo de cinco anos para cá. Primeiro morar junto e, depois, casar com festa”, relata.

Mas, ainda assim, a união consensual perde para as cerimônias religiosas e civis que uniram juntas 545 mil casais na capital, um aumento de 6% em relação aos dados anteriores do IBGE. Segundo Sheila, a indústria do casamento irá movimentar R$ 70 milhões por dia na economia brasileira em 2013.





Sheila Rigler endossa que a separação em uma união consensual é tão dolorosa como em uma relação oficial e que homens e mulheres têm priorizado a vida profissional. “As mulheres, que gostavam de casar cedo, estão deixando para casar mais tarde. Elas querem se formar e se estabilizar profissionalmente. Só depois pensam em formar família”.

Ela reforça que quanto mais baixo o poder aquisitivo, mais pessoas irão viver em uma relação consensual.  “Nem sempre as pessoas solteiras querem gastar dinheiro em uma festa. Elas preferem investir no apartamento, na lua de mel, em comprar um bom carro”, ressalta.

Amor consensual

A designer Adriane Terezinha Horn, de 46 anos, e o administrador de empresas Sebastião Araújo, de 54 anos, estão em uma relação consensual há 20 anos. “Depois de seis meses de namoro, já fomos morar juntos”, conta Adriane.

Ela diz que o casal não sentiu necessidade de oficializar a união e ainda não pensa em fazê-lo no futuro. Nesse tempo de união, eles já compraram uma casa, uma chácara e agora estão negociando um terceiro imóvel. “Se um dia acontecer de a gente separar, não vai ter briga por causa dos bens, nós somos bem generosos”, garante.

Adriane conta que a família do casal também encara bem a situação. “Minha família é mais formal do que a dele, que é carioca. Mas sempre foi tranquilo com meu pai, minha mãe, minha irmã e até com parentes mais distantes”, descreve.

“Como diz meu marido, não se mexe em time que está ganhando”, finaliza.

Fonte: G1





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