Limitação no número de doadores de medula óssea revolta pacientes em Curitiba

Uma norma do governo federal, em vigor desde abril de 2012, limita o número de doadores de medula óssea nos estados. No Paraná, até 32 mil pessoas podem se cadastrar por ano – o que significa 2.500 cadastros mensais. Ao atingir a cota, os novos cadastros são suspensos automaticamente e só poderão ser realizados no próximo mês.

A medida revoltou a enfermeira Danielle Brandelero, que tem um filho com tumor cerebral. Ao procurar o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná ela não conseguiu fazer a doação e ficou indignada. “A gente se sente impotente. Às vezes é a única esperança daquela criança”, lamentou.

Segundo o governo, a mudança é para melhorar a coleta, o armazenamento e reduzir custos. O gasto com cada doador voluntário é de mil reais. Vários exames são necessários para saber as características genéticas e a condição clínica do possível doador, o que acaba encarecendo os custos.





Para familiares de pacientes que estão esperando uma medula óssea, a limitação causou ansiedade. Anderson Paulart vive há oito meses a espera de uma medula para o filho, que tem leucemia. “A compatibilidade é uma em cada cem mil. Essa restrição prejudicou muito. A gente vive na ansiedade para encontrar logo o doador e resolver logo essa situação”, explicou.

Paulo Hatchbach, diretor do Hemepar, disse que a restrição não prejudica quem está na fila à espera de um doador compatível. Ele ainda afirmou que o número de cadastros já é suficiente.

O Ministério da Saúde informou que a limitação no número de doadores serve para melhorar a variedade genética do material coletado. A cota é estabelecida por estado e considera diversas variáveis. A assessoria de imprensa ainda informou que os governos estaduais podem ampliar a cota se pagarem pelos procedimentos. O Sistema Único de Saúde (SUS) investia R$ 270 milhões por ano. Agora, com a restrição no número de doadores, o gasto será de R$ 100 milhões.

Fonte: G1





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