São pessoas de bem, diz diretor de hospital em Curitiba onde médicos foram presos

A direção do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba concedeu uma entrevista coletiva, nesta segunda-feira (25), para comentar as denúncias contra a médica Virgínia Soares Souza, suspeita de induzir pacientes à morte, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). No encontro com a imprensa, o diretor técnico, Luiz Felipe Mendes, defendeu os médicos que são suspeitos de envolvimento e disse que eles “são pessoas de bem”.

Logo no começo da entrevista, o advogado da instituição, Hélio Gomes Coelho Junior, tratou de defender todo o corpo clínico do Evangélico. “O Hospital Universitário Evangélico congrega um corpo clínico formado por 400 profissionais médicos , todos de insuspeita qualificação e todos absolutamente conectados com a tarefa de salvar vidas”, afirmou o advogado na cidade de Curitiba.

Ele também fez críticas quanto a posição da polícia. Coelho avaliou como “policialesca e midiática” a operação para prender a médica, dentro das dependências do hospital. “O que surpreende nessa atividade da polícia é a tentativa de fazer uma espetacularização de um assunto absolutamente determinado pela Justiça que fosse manejado de forma sigilosa, sob o manto da proteção judicial”, disse.

Por fim, o advogado defendeu a médica denunciada, lembrando que ela está há mais de 20 anos no corpo clínico do hospital. “Em tempo qualquer, ela teve um senão, dentro do hospital, um senão, no Conselho Regional de Medicina, um senão na sua atividade profissional”, lembrou o advogado.

O outro jurista que participou da coletiva, Glauco Antônio Pereira, afirmou que o hospital deve entrar com uma processo contra a delegada que investiga o caso, em decorrência da divulgação dos dados sigilosos da investigação, que corre sob segredo de justiça.

Diretor técnico defende Virginia

O diretor técnico da instituição também defendeu a atuação de Virgínia. Ele rebateu as acusações de que Virgínia não teria especialização para dirigir a UTI do hospital. “Foi colocado de maneira tendenciosa que a doutora Virgínia não tem título de especialista. De fato, ela não tem título. Isso não é uma obrigatoriedade. No código de ética médica, você tem que ter um responsável técnico. Foi colocado, de maneira tendenciosa, que outro [médico] assina por ela. Isso não procede”, disse.





Ele afirmou ainda que todos os profissionais que trabalham nas duas UTIs do Evangélico possuem especializações e titulações necessárias para atuar com a terapia intensiva de pacientes.

Mortes dentro dos padrões
Quanto ao número de mortes, o diretor técnico afirmou que a UTI que Virgínia comandava nunca ultrapassou os limites de mortalidade exigidos pelo Ministério da Saúde. “O Ministério da Saúde preconiza, e também a Organização Mundial da Saúde, que uma instituição que atende pessoas deve ter um índice [de mortalidade] de 4% a 10% de toda a população atendida. O Hospital Evangélico tem um escore de 7% dessa população”, afirmou o médico.

Também nesta segunda-feira, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha classificou como “caso de polícia”, as denúncias contra os médicos do Evangélico. “O ministério vê como caso de polícia, não de saúde. Quando se tornou público, o ministério colocou um auditor do SUS para outras investigações que possam acontecer. Acreditamos na apuração que a polícia está realizando. Tem que ser punido veementemente qualquer responsável”, disse o ministro durante encontro para a divulgação de dados sobre a dengue no país.

Mendes defendeu também os outros médicos que foram detidos no sábado (23) “São pessoas de bem que estão sendo acusadas e devem ter salvaguardadas sua integridade. Essas pessoas têm que continuar o seu trabalho”, acredita.

Ele disse ainda que o hospital fechou a UTI que estava sob a responsabilidade de Virgínia. Segundo Mendes, o hospital entendeu que poderia haver algum constrangimento dos profissionais que trabalhavam com ela. Por essa razão, eles foram removidos das funções dentro da unidade e novos profissionais devem ser contratados ao longo da semana, para reabrir a UTI. “O hospital realocou essas pessoas em outros setores, alguns tinham férias a cumprir. Mas não houve um afastamento em razão de que o hospital descobriu alguma falha.

Fonte: G1





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