Clientes desavisados reclamam da greve dos bancários em Curitiba

Muitos curitibanos foram pegos de surpresa na manhã de ontem (18) com a greve dos bancários, principalmente nas agências do Centro da cidade. A maioria dos clientes buscava soluções que não dependiam do caixa eletrônico, como financiamento, extrato do PIS/Pasep e informações sobre o pedido de seguro desemprego.

A paralisação da categoria é nacional, comandada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). A principal requisição da categoria é de um aumento de 10,25% nos salários, enquanto Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), propôs um reajuste de 6%. Não há, por enquanto, previsão de novas negociações.

G1 esteve em agências da Caixa Econômica Federal e de outros bancos do centro, e percebeu que boa parte dos clientes não tinha conhecimento da greve. “Eu vim buscar agora informações sobre o meu seguro desemprego, mas agora que eu descobri que estava em greve”, lamentou a auxiliar de produção Maria Fátima Parreira. Situação semelhante à ocorrida com o auxiliar de expedição Natalino José da Silva. “Eu fui ao Ministério do Trabalho, fui atendido lá, me mandaram para Caixa Econômica para fazer essa segunda via do extrato do PIS/Pasep”, contou à reportagem. Ele reclamou ainda do fato de ter gastado duas passagens de ônibus para chegar ao Centro.





A indignação, em alguns casos, chegou a elevar os ânimos entre funcionários que prestavam informações e clientes. A pensionista Indiamara Uaida chegou a discutir com funcionários em greve porque precisava de informações sobre financiamentos. “Eu fico pensando, com tanto desemprego nesse país, com tanta gente passando necessidade. As pessoas que têm emprego hoje em dia têm que agradecer a Deus por ter um emprego, eles não estão prejudicando as pessoas que têm dinheiro, eles estão prejudicando as pessoas que não têm”, reclamou.

Em contraposição, um funcionário que preferiu não se identificar contra-argumentou que a categoria já está há dez anos sem aumento real de salário, e que gostaria de ver a reação dos clientes caso não obtivessem retorno financeiro. Durante a paralisação, os caixas automáticos e os serviços pela internet devem ser mantidos.

Segundo o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, estão fechados os 13 chamados “Centros Administrativos”, isto é, os locais onde se concentram serviços internos e processos administrativos. A estimativa sobre o número de agências que aderiu à paralisação só deve ser estimado pela categoria no início da tarde. No total, são 1.537 agências e 30.822 bancários em todo o estado de Santa Catarina.

Fonte: G1





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