Comandante da PM afirma que houve abusos em ação em Curitiba

O comandante-geral da Polícia Militar  do Paraná (PM-PR), Roberson Bondaruk, afirmou ontem segunda-feira (3) que houve abusos por parte da polícia em uma ação no Bairro Alto, em Curitiba, no dia 24 de novembro. Na ação, policiais militares invadiram uma casa, bateram nos moradores e prenderam 11 pessoas. Entre as vítimas das agressões, está uma idosa de 72 anos.

“Houve, na verdade, [excesso] das duas partes. Nós temos policiais que foram agredidos, mas, houve sim e, já comprovado, abusos por policiais que estavam na ocorrência”, relatou o comandante.

Bondaruk disse que mais de 70% das atuações da polícia são de orientação e informação. Segundo ele, a PM precisa usar ação repressiva em menos de 5% dos casos. “O policial precisa estar preparado para, com equilíbrio, administrar corretamente a situação”, ponderou.

O secretário de segurança, Cid Vasques, também afirmou nesta segunda-feira que o policial deve estar preparado para a responsabilidade e garantir legitimidade nas ações. “Ele [o policial] só tem legitimidade a partir do momento que ele tem credibilidade da população”, ressaltou.

Caso Bairro Alto
Os moradores relataram, na época do incidente, que a polícia invadiu a casa após um motociclista se recusar a mostrar os documentos do veículo aos policiais. O homem fugiu para dentro da casa. Segundos depois, mais de uma dezena de PMs entrou no local.





Vizinhos registraram parte da confusão. Nas imagens, é possível ver quando os policiais invadem a casa e como agem após prender os moradores. Num dos momentos, um morador diz aos policiais “Agora vai falar que o piá (garoto) resistiu à prisão”. Um dos PMs, sai em busca de quem proferiu a frase. “Que você falou, hein, seu filho da p…?”, questiona o policial.

Outra vítima das agressões foi a advogada Andréa Vitor. Ela conta que foi ao local para saber o que estava acontecendo, mas acabou detida pelos policiais. Junto com outras dez pessoas que foram presas, ela foi encaminhada para um módulo da Polícia Militar.

Agressão torcedora
Uma menina de 18 anos foi agredida por policiais militares antes da partida do Coritiba contra o Vasco da Gama no dia 17 de novembro, em Curitiba. Parte da agressão foi filmada por outra torcedora que participava da escolta realizada pela PM até o estádio Couto Pereira, e asimagens mostram um policial batendo a cabeça da vítima contra um portão de ferro.

“Foi bem constrangedor”, resumiu a estudante de administração Ana Paula Lima. Ela conta que a atitude violenta dos policiais começou ainda na Praça Santos Andrade, após um evento organizado chamado de “Caminhada pela paz”, e horas antes da partida de futebol. “Nós juntamos torcedores e resolvemos fazer uma caminhada pacífica em homenagem a colegas que faleceram recentemente”, disse, na época, em entrevista ao G1.

No dia 21 de novembro, os policiais militares que agrediram a torcedora foram afastados do serviço operacional. A assessoria de imprensa da PM informou que eles deixaram de atuar nas ruas para trabalhar em serviços internos da corporação.

Fonte: G1





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